Tenho um ritmo que me complica. Uma vontade que não passa. Uma palavra que nunca dorme. Quer um bom desafio? Experimente gostar de mim!"
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
O Senhor é meu pastor, nada me faltará.
Em verdes prados ele me faz repousar.
Conduz-me junto às águas refrescantes,
restaura as forças de minha alma.
Pelos caminhos retos ele me leva,
por amor do seu nome.
Ainda que eu atravesse o vale escuro,
nada temerei, pois estais comigo.
Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo.
Preparais para mim a mesa à vista de meus inimigos.
Derramais o perfume sobre minha cabeça,
e transborda minha taça.
A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me
por todos os dias de minha vida.
E habitarei na casa do Senhor por longos dias.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Danuzaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Certos sonhos
Sonhos eróticos – não há como se defender deles. Ou vai dizer que isso nunca te aconteceu? Negue se for capaz. Muitas vezes eles são simples. Apenas aquele homem por quem daria a vida, a alma e sobretudo o corpo se ele pedisse. Só que, como ele nunca pediu, o remédio é sonhar e pronto. Mas alguns sonhos são verdadeiros enigmas. Por que logo aquele homem, em quem nunca havia pensado – não daquela maneira? (Aproveite e pense agora, acordada, se tiver coragem.) Ele é feio, a cabeça não tem nada a ver com a sua e, a sangue-frio – o que não foi o caso durante o sonho, quando o sangue estava fervendo –, jamais você permitiria que ele encostasse o dedo em você. Pior: que ele ao menos te olhasse com desejo – afinal, isso eles só fazem quando a gente deixa. Ele é o contrário do seu sonho de consumo, mas só de lembrar dá um frio na espinha. Ah, como seria bom sonhar de novo tudo aquilo. Mas só sonhar, porque na vida real mesmo – e a coragem? É claro que ele ia querer. Só que nunca lhe ocorreu que algum dia pudesse haver alguma coisa entre vocês dois. Ah, se ele soubesse...Ah, se você tivesse coragem de contar...
Mas, de certas coisas, não se pode falar, a não ser bem baixinho, debaixo do lençol, com as pernas enroscadas nas dele. É só ter a ousadia de contar, sem omitir nenhum detalhe. E ele vai adorar ouvir; quem não gostaria? Afinal, você é ou não é uma mulher livre, dona do seu nariz? O que é que a impede de passar a mão no telefone e contar o que aconteceu, contar o desejo que teve em sua forma mais pura, sem passar nem pelo consciente nem pelo inconsciente, nem pela censura nem pela moral vigente? Um desejo tão forte que só foi possível acontecer quando você se distraiu, com as defesas desguarnecidas pelo sono, para que ele explodisse de forma tão violenta? Mas mulher não revela essas coisas, e homem também não – que pena, aliás.
Quantas vezes você não encontrou alguém que te disse: “Eu fui completamente apaixonado por você há 20 anos”? E por que não disse na hora? Não que você fosse cair nos braços dele, mas quem sabe? Só que 20 anos depois não resolve. E as ocasiões em que você quis desesperadamente aquele outro homem e ele nunca soube, e você não teve coragem de dizer nem 20 anos depois? Aliás, é melhor
não dizer mesmo. Para quê?
Mas voltando ao sonho: a qualquer hora você vai cruzar com esse homem, conversar ao telefone, encontrar no restaurante. E aí, como é que fica? Como é que se fala com alguém com quem se teve uma intimidade tão perturbadora – até porque tão inesperada? “Oi, tudo bem?” E as sensações que você nunca mais vai esquecer? E aquele desejo violento do qual ninguém no mundo jamais vai desconfiar e que você não vai esquecer? Ele nunca vai imaginar, provavelmente. Mas quem sabe você toma coragem e conta? Não em 20 dias, muito menos em 20 anos. Que tal daqui a 20 minutos? Não, ele não vai saber nunca. Mas deveria ser considerado crime hediondo esse de sonhar e não contar – em nome sabe-se lá de quê.
Sonhos eróticos – não há como se defender deles. Ou vai dizer que isso nunca te aconteceu? Negue se for capaz. Muitas vezes eles são simples. Apenas aquele homem por quem daria a vida, a alma e sobretudo o corpo se ele pedisse. Só que, como ele nunca pediu, o remédio é sonhar e pronto. Mas alguns sonhos são verdadeiros enigmas. Por que logo aquele homem, em quem nunca havia pensado – não daquela maneira? (Aproveite e pense agora, acordada, se tiver coragem.) Ele é feio, a cabeça não tem nada a ver com a sua e, a sangue-frio – o que não foi o caso durante o sonho, quando o sangue estava fervendo –, jamais você permitiria que ele encostasse o dedo em você. Pior: que ele ao menos te olhasse com desejo – afinal, isso eles só fazem quando a gente deixa. Ele é o contrário do seu sonho de consumo, mas só de lembrar dá um frio na espinha. Ah, como seria bom sonhar de novo tudo aquilo. Mas só sonhar, porque na vida real mesmo – e a coragem? É claro que ele ia querer. Só que nunca lhe ocorreu que algum dia pudesse haver alguma coisa entre vocês dois. Ah, se ele soubesse...Ah, se você tivesse coragem de contar...
Mas, de certas coisas, não se pode falar, a não ser bem baixinho, debaixo do lençol, com as pernas enroscadas nas dele. É só ter a ousadia de contar, sem omitir nenhum detalhe. E ele vai adorar ouvir; quem não gostaria? Afinal, você é ou não é uma mulher livre, dona do seu nariz? O que é que a impede de passar a mão no telefone e contar o que aconteceu, contar o desejo que teve em sua forma mais pura, sem passar nem pelo consciente nem pelo inconsciente, nem pela censura nem pela moral vigente? Um desejo tão forte que só foi possível acontecer quando você se distraiu, com as defesas desguarnecidas pelo sono, para que ele explodisse de forma tão violenta? Mas mulher não revela essas coisas, e homem também não – que pena, aliás.
Quantas vezes você não encontrou alguém que te disse: “Eu fui completamente apaixonado por você há 20 anos”? E por que não disse na hora? Não que você fosse cair nos braços dele, mas quem sabe? Só que 20 anos depois não resolve. E as ocasiões em que você quis desesperadamente aquele outro homem e ele nunca soube, e você não teve coragem de dizer nem 20 anos depois? Aliás, é melhor
não dizer mesmo. Para quê?
Mas voltando ao sonho: a qualquer hora você vai cruzar com esse homem, conversar ao telefone, encontrar no restaurante. E aí, como é que fica? Como é que se fala com alguém com quem se teve uma intimidade tão perturbadora – até porque tão inesperada? “Oi, tudo bem?” E as sensações que você nunca mais vai esquecer? E aquele desejo violento do qual ninguém no mundo jamais vai desconfiar e que você não vai esquecer? Ele nunca vai imaginar, provavelmente. Mas quem sabe você toma coragem e conta? Não em 20 dias, muito menos em 20 anos. Que tal daqui a 20 minutos? Não, ele não vai saber nunca. Mas deveria ser considerado crime hediondo esse de sonhar e não contar – em nome sabe-se lá de quê.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Memórias
Esse negócio de memória é uma coisa muito louca.
Anteontem tive insônia e no meio da minha angústia me lembrei de um poema que eu gostava de recitar quando era criança, e ele me veio assim na memória, do nada!
Fantástico!
Não sei qual o motivo, nem como nem onde, mas ele estava guardado em algum lugar da memória... Lá vai:
"Dois e Dois são Quatro"
Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena
Como teus olhos são claros
E a tua pele, morena
como é azul o oceano
E a lagoa, serena
Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena
- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.
Ferreira Gullar
domingo, 8 de novembro de 2009
Os últimos tempos
Se eu disser que a vida tem sido generosa comigo estaria mentindo e o contrário também seria uma falácia. É preciso saber, entender e aceitar os acontecimentos.
É melhor acreditar que tudo tem razão de ser, que nada, absolutamente nada, acontece por acaso e ir levando a vida.
Eu pensava que o ano passado tinha sido o ANO MAIS LOUCO DA MINHA VIDA,mas acho que me enganei.
Agora tô aqui cheia de medos e insegura, com muito medo do futuro.
Muitas coisas me fizeram feliz esse ano, mas na mesma dose muitas me magoaram....
Não seria esta a medida exata da vida? Tô reclamando de quê mesmo?????
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Eu
Minha agonia, e concomitantemente meu maior prazer, é ter a certeza do quão incerto é meu futuro.
Oscilo entre a calma e a euforia; como um maníaco depressivo, passo de determinada à desolada, posto que o meu estado de alienação perante o tempo que está por vir não se decide entre causar-me completo pânico ou enorme tranqüilidade.
Não consigo, ao menos, estruturar a hipótese de que meus sonhos podem perdurar para sempre, sem nunca sentirem o gostinho da realidade.
Penso, no entanto, que, em parte, isto se deve à incomensurável quantidade de sonhos que possuo; sendo assim, posso dar-me a certeza de que, pelo menos, um terço deles passarão de projetos a realizações, e se não passarem... Bom, aí tentarei realizar os outros dois terços!
Oscilo entre a calma e a euforia; como um maníaco depressivo, passo de determinada à desolada, posto que o meu estado de alienação perante o tempo que está por vir não se decide entre causar-me completo pânico ou enorme tranqüilidade.
Não consigo, ao menos, estruturar a hipótese de que meus sonhos podem perdurar para sempre, sem nunca sentirem o gostinho da realidade.
Penso, no entanto, que, em parte, isto se deve à incomensurável quantidade de sonhos que possuo; sendo assim, posso dar-me a certeza de que, pelo menos, um terço deles passarão de projetos a realizações, e se não passarem... Bom, aí tentarei realizar os outros dois terços!
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
ESTRAGAR
O tempo é teu capital; tens de o saber utilizar. Perder tempo é estragar a vida.
(Franz Kafka)
Gerúndio: estragando
Particípio passado: estragado
v.t. Pôr em mau estado; danificar.
Fig. Comprometer: estragar a saúde.
Corromper: estragar os costumes.
V.pr. Arruinar-se, deteriorar-se: estragaram-se as colheitas.
Depravar-se.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Baby, eu queria
Composição: Nando Reis
Baby eu queria só te ver, hoje
Ver os seus olhos
Sentir o calor intenso das suas mãos
Baby eu queria
Que você fosse não
Baby eu queria te dizer, agora
Baby eu queria te dizer, agora
Você vai embora
Levando o vapor e o vento das suas mãos
Baby eu queria
Ir nesse avião
Não quero deixar que a tristeza
Não quero deixar que a tristeza
inunde o meu coração
Prefiro chorar
Com a certeza
De que essa paixãoMe fez
Um homem melhor
Depois de você
Baby eu queria te beijar, de novo
Baby eu queria te beijar, de novo
Sentir os seus lábios
E o sabor no silêncio da respiração
Baby eu queria
Ser o seu violão
Baby eu queria ficar com você,
Baby eu queria ficar com você,
pra sempre
Ficar do seu lado
Ser seu amor eterno sua paixão
Baby eu só queria
Te dar a mão
Nando fala por mim
O AMOR QUE TIVE E VI SEM ME DEIXAR
SENTIR SEM CONSEGUIR PROVAR SEM ENTREGAR
E REPARTIR PRA VOCÊ
GUARDEI O AMOR QUE SEMPRE QUIS MOSTRAR
O AMOR QUE VIVE EM MIM
VEM VISITAR SORRIR
VEM COLORIR SOLAR
VEM ESQUENTAR E PERMITIR
QUEM ACOLHER O QUE ELE TEM
E TRAZ QUEM ATENDER O QUE ELE DIZ
NO GIZ, DO GESTO, O JEITO PRONTO
DO PISCAR DOS CÍLIOS
QUE O CONVITE DO SILÊNCIO EXIBE EM CADA OLHAR
GUARDEI SEM TER PORQUE
NEM POR RAZÃO
OU COISA OUTRA QUALQUER
ALÉM DE NÃO SABER COMO FAZER
PRA TER UM JEITO MEU DE ME MOSTRAR
ACHEI VENDO EM VOCÊ
E EXPLICAÇÃO NENHUMA ISSO REQUER
SE O CORAÇÃO BATER FORTE
E ARDER NO FOGO O GELO VAI QUEIMAR
GUARDEI O AMOR QUE APRENDI
VEM DOS MEUS PAIS O AMOR QUE TIVE E RECEBI
E HOJE POSSO DAR LIVRE E FELIZ
CÉU CHEIRO E AR
NA COR QUE ARCO-IRIS RISCA AO LEVITAR
VOU NASCER DE NOVO LÁPIS
EDIFICIO, TÉVERE, PONTE, DESENHAR
NO SEU QUADRIL
MEUS LABIOS BEIJAM SIGNOS
FEITO SINOS
TRILHO A INFÂNCIA
TEÇO O BERÇO DO SEU LAR
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
domingo, 4 de outubro de 2009
Obrigada!
Vc já agradeceu hoje por tudo que tem????????
Se ainda não, corre que ainda dá tempo.
A gente vive sempre reclamando querendo mais e mais, e esquecemos de ver e agradecer pelo que temos. A vida passa rápido demais, e quando você percebe, o tempo passou e você só reclamou!
Felicidade é ter o que fazer, ter algo que amar e algo que esperar.
Guilhermina
Olha só que esquisito, eu sonho com a filha que um dia eu vou ter...e sonho constantemente..ela é sempre igual...sei como serão seus olhos, sua boca, seu nariz...Acordo sempre feliz quando sonho com ela. Essa noite eu sonhei.
E eu adoro essa música:
Já sonhei nossa roda gigante esconde-esconde em você
Já avisei todo ser da noite que eu vou cuidar de você
Vou contar histórias dos dias depois de amanhã
Vou guardar tuas cores, tua primeira blusa de lã
Menina vou te guardar comigo
Menina vou te guardar comigo
Teu sorriso eu vou deixar na estante para eu ter um dia melhor
Tua água eu vou buscar na fonte teu passo eu já sei de cor
Sei nosso primeiro abraço, sei nossa primeira dor
Sei tua manhã mais bonita, nossa casinha de cobertor
Menina vou te casar comigo
Menina vou te casar comigo...
Vou te guardar comigo
Sou teu gesto lindo
Sou teus pés
Sou quem olha você dormindo
Ô menina guardo você comigo
Menina guardo você comigo
Nosso canto será o mais bonito
Mi Fá Sol Lápis de cor
Nossa pausa será o nosso grito
que a natureza mostrou
A gente é tão pequeno,
gigante no coração
Quando a noite traz sereno
a gente dorme num só colchão
Menina vou te sonhar comigo
Menina vou te sonhar comigo
Sou teu gesto lindo
Sou teus pés
Sou quem olha você dormindo
Ô Menina guardo você comigo
Menina guardo você comigo
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
DESEJOS...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Crônica de Rubem Braga
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Uma tarde amena
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
ESTRANHO??????
All Star
Nando Reis
Nando Reis
Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as índias mas a terra avistou em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem ficou pra hoje
Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu
Seu all star azul combina com o meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na lua, como eu ainda não tenho seu endereço
O tom que eu canto as minhas músicas para a tua voz parece exato
Estranho é gostar tanto do seu all star azul
Estranho é pensar que o bairro das laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem ficou pra laranjeiras
Satisfeito sorri quando chego ali e entro no elevador
Aperto o 12 que é o seu andar não vejo a hora de te reencontrar
E continuar aquela conversa
Que não terminamos ontem, ficou pra hoje
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
É HOJE!
Sou dela
(Composição: Nando Reis)
Esperei por tanto tempo
Esse tempo agora acabou
Demorou mas fez sentido
Fez sentido que chegou...
Eu pensei
Que fosse nunca
Mas agora já se foi
Nunca mais parece triste
Triste eu era
Agora passou...
Porque eu estou com ela
Sou dela, sem ela
Não sou!
Porque eu preciso dela
Só dela, com ela
Eu vou!
Sempre olhei
À mim nos outros
Estava em toda a multidão
Sendo muito e tendo pouco
Dando muita explicação...
Eu quero olhar
Prá esse mundo
Ver o mundo em seu olhar
Quero ser, te quero muito
Ficar junto e respirar...
Estava tão longe
Num outro lugar
Trancado e distante
Na esfera lunar
Na superfície
Ou no deserto
No asfalto ou no avião
Na prateleira
De um depósito
Na cordilheira
Num vulcão...
Não vou te inundar!
Não vou te inundar!
Não vou te inundar!
Não vou te inundar!
A alegria é um presépio
A tristeza é tentação
Três Marias de um mistério
A surpresa em procissão
Trocaria a eternidade
Pela noite que chegou
Luz do dia realidade
De mãos dadas eu estou...
Porque eu estou com ela
Sou dela, sem ela
Não sou!
Porque eu preciso dela
Só dela, com ela
Eu vou!...
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Complicado
Aprendi as coisas da vida na própria carne.
As pessoas geralmente aprendem com exemplos de pais, amigos ou até mesmo desconhecidos. Eu não.
Deus decidiu que para que eu pudesse realmente aprender de uma forma que nunca pudesse ser esquecida, eu teria que passar por tudo.
Dizem que nossas experiências nos fortalecem, tornam-nos feitos de um material que deixa de ser frágil, pois o humano é coisa frágil.
Não acredito que eu tenha me tornado mais forte.
Mais triste sim, menos bonita, com menos vida e esperança.
Drama? Não! Me tornei realmente um ser realista.
Sei que as coisas do coração só existem nos corações dos poetas.
O amor....o amor não espero mais, ele deve existir sim, de alguma forma, mas não da maneira que eu imaginava que fosse.
Pra mim, o amor era desejar a felicidade do outro mais do a própria...era acordar pensando na pessoa, contar os minutos para tê-la nos braços, e depois ainda dormir pensando nela.
Talvez exista alguém que conseguiu encontrar alguém assim, talvez não.
Se eu voltarei a amar????? Essa será a incógnita da minha existência.
Prefiro amar em versos, poesia, é bem mais fácil assim.
Não pude encontrar a pessoa certa, na hora certa. Foi tudo fora de hora, fora de tempo.
É engraçado...
Tem muita gente que morre sem ao menos saber o que é isso.
Eu morrerei sabendo....o lado ruim.
"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"
Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo
que outrora eu deixei de acreditar
Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar
Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só
Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar
(Música: Anjo mais velho - O Teatro Mágico)
domingo, 20 de setembro de 2009
A dança
Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio ou flecha de cravos que propagam o fogo: te amo secretamente, entre a sombra e a alma..
Te amo como a planta que não floresce e leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores, e graças a teu amor vive escuro em meu corpo o apertado aroma que ascender da terra..
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde, te amo directamente sem problemas nem orgulho: assim te amo porque não sei amar de outra maneira.
Se não assim deste modo em que não sou nem és tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
(Neruda)
sábado, 19 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Ai Neruda.......Neruda......aiai
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,como um cego.
Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
Pablo Neruda
domingo, 13 de setembro de 2009
Completamente loucaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
sábado, 12 de setembro de 2009
Apenas mais uma de amor
Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer (EU DIGO: VAI DOER...)
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
E eu vou sobreviver...
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Ia ser bem mais fácil...
SAIR, CHEGAR LÁ FORA E ENCONTRAR ALGUÉM
QUE NÃO ME DISSESSE NADA
NÃO ME PERGUNTASSE NADA TAMBÉM
QUE ME OFERECESSE UM COLO, UM OMBRO
ONDE EU DESAGUASSE TODO O DESENGANO
MAS A VIDA ANDA LOUCA
AS PESSOAS ANDAM TRISTES
MEUS AMIGOS SÃO AMIGOS DE NINGUÉM
SABE O QUE EU MAIS QUERO AGORA, MEU AMOR?
MORAR NO INTERIOR DO MEU INTERIOR
PRA ENTENDER POR QUE SE AGRIDEM
SE EMPURRAM PRO ABISMO,SE DEBATEM, SE COMBATEM SEM SABER
MEU AMOR...DEIXA EU CHORAR ATÉ CANSAR
ME LEVE PRA QUALQUER LUGAR
AONDE DEUS POSSA ME OUVIR MINHA DOR...
EU NÃO CONSIGO COMPREENDER
EU QUERO ALGO PRA BEBER
ME DEIXE AQUI, PODE SAIR
ADEUS
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
A música perfeita para Mr. Peru, kkkkkk
Eu não aguento mais ouvir o que você diz
O teu jeito de profeta lá da Praça Paris
Esse jeito de ser o que você queria ser, mas não é (kkkkkkkkk)
Me olha como folha e pensa como raiz
É o teu jeito de bancar um cara rico e feliz, mas não é (kkkkkkkk)
Mete o pau na água e compra um chafariz
Acha que é um rei e ri dos meus bem-te-vis
Acha que é o dono dessa bola que eu não quis, mas não é
Eu não suporto mais tua simpatia de giz
O teu jeito de saber do vento mais que o nariz
Esse jeito de ser o que você queria ser, mas não é
Me olha como ET e pensa como perdiz
É o teu jeito de bancar um cara rico e feliz, mas não é
Querendo me ensinar aquilo que eu sempre fiz
Usando o que é dos outros pra sonhar e não diz
Fundando a filial querendo ser a matriz, mas não é
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
sábado, 29 de agosto de 2009
...
Noites com sol
Mas hoje eu sei não são miragens
Noites com sol
Posso entender o que diz a rosa
Ao rouxinol
Peço um amor que me conceda
Noites com sol
Onde só tem o breu
Onde só tem o breu
Vem me trazer o sol
Vem me trazer amor
Pode abrir a janela
Noites com sol e neblina
Deixa rolar nas retinas
Deixa entrar o sol
Livre será se não te prendem
Livre será se não te prendem
Constelações
Então verás que não se vendem
Ilusões
Vem que eu estou tão só
Vamos fazer amor
Vem me trazer o sol
Vem me livrar do abandono
Meu coração não tem dono
Vem me aquecer nesse outono
Deixa o sol entrar
Pode abrir a janela
Pode abrir a janela
Noites com sol são mais belas
Certas canções são eternas
Deixa o sol entrar
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Nem acreditooooooooooooooooooooooo
Como pude fazer isso comigo?
Ficar tanto tempo sem respirar....?????????
Nunca mais vou te abandonar, agora é PRA SEMPRE.....SEMPRE!
Halo
Remember those walls I built
Well baby they're tumbling down
And they didn't even put up a fight
They didn't even make a sound
I found a way to let you in
But I never really had a doubt
Standing in the light of your halo
I got my angel now
It's like I've been awakened
Every rule I had you breaking
It's the risk that I'm taking
I never gonna shut you out
Everywhere I'm looking now
I'm surrounded by your embrace
Baby I can see your halo
You know you're my saving grace
You're everything I need and more
It's written all over your face
Baby I can feel your halo
Prey it won't fade away
I can feel your halo, halo, halo
Can see your halo, halo, halo
Hit me like a ray of sun
Burning through my darkest night
You're the only one that I want
Think I'm addicted to your light
I swore I'd never fall again
But this don't even feel like falling
Gravity can't forget
To pull me back to the ground again
Feels like
I've been awakened
Every rule I had you breaking
It's the risk that I'm taking
I'm never gonna shut you out
Everywhere I'm looking now
I'm surrounded by your embrace
Baby I can see your halo
You know you're my saving grace
You're everything I need and more
It's written all over your face
Baby I can feel your halo
Prey it won't fade away
I can feel your halo, halo, halo
Can see your halo, halo, halo
Everywhere I'm looking now
I'm surrounded by your embrace
Baby I can see your halo
You know you're my saving grace
You're everything I need and more
It's written all over your faceBaby
I can feel your halo
Prey it won't fade awayI can feel your halo, halo, halo
Can see your halo, halo, halo
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Eu nunca guardei rebanhos
MAS É COMO SE OS GUARDASSE
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existeE
as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.
E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todoPara andar espalhado por toda a encosta
A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.
Quando me sento a escrever versos
Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos,
Escrevo versos num papel que está no meu pensamento,
Sinto um cajado nas mãos
E vejo um recorte de mim
No cimo dum outeiro,
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas idéias,
Ou olhando para as minhas idéias e vendo o meu rebanho,
E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz
E quer fingir que compreende.S
aúdo todos os que me lerem,
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me vêem à minha porta
Mal a diligência levanta no cimo do outeiro.
Saúdo-os e desejo-lhes sol,
E chuva, quando a chuva é precisa,
E que as suas casas tenham
Ao pé duma janela aberta
Uma cadeira predileta
Onde se sentem, lendo os meus versos.
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou qualquer cousa natural —Por exemplo, a árvore antiga
À sombra da qual quando crianças
Se sentavam com um baque, cansados de brincar,
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga do bibe riscado.
Por Alberto Caeiro
E se o amor existe...
Se o amor é bom,
de onde virá minha corte?
(Geoffrey Chaucer, Troilus and Criseyde)
terça-feira, 25 de agosto de 2009
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
O Cortejo de Dionísio
(Gwydyon Drake)
O som de Sírinx, a flauta de Pã, traduzia a angústia e o desespero, da ninfa correndo em pânico fugindo sem se desvencilhar do deus dos sátiros.
O som de Sírinx, a flauta de Pã, traduzia a angústia e o desespero, da ninfa correndo em pânico fugindo sem se desvencilhar do deus dos sátiros.
Era a urgência e o desespero que davam o ritmo ao cortejo dionisíaco.
Os tamborins acompanhavam os gritos enlouquecidos das ménades, possuídas da fúria divina, do transe e da loucura da paixão pelo deus da terra, o ctônico Dionísio.
O duas vezes nascido, enlouquecido por Hera percorreu os mais longínquos países, juntando aos seu cortejo os desvalidos, os mal paridos e a todos os párias.
A música era de pânico, dor e terror, mas ao invés de assustar e fazer com que todas as portas e janelas fossem fechadas e que este cortejo atravessasse as cidades desertas e mortas como um bando de leprosos, que silenciosos reviram o lixo em busca de comida, este cortejo, atraía as multidões.
O grito de horror que saia da terra, que como que se abria à passagem do deus, clamava às mulheres que atendendo ao chamado, abandonavam seus filhos com os atônitos pais e rasgavam suas roupas, jogavam terra nos cabelos e buscavam o sabor da carne viva, pulsante, como o coração de Dionisio, no ritmo da pulsação do planeta e percorriam os campos pulando sobre apenas um pé e gritando Evoé ! Dionísio não era o deus da alegria e das festas, era sim o deus do desespero, dos loucos, dos dominados.
Dava aos que nada tinham o poder de sonhar, de buscar um mundo melhor além da realidade levava os humanos a transcendência lhes dando o ctônico sangue da terra, por isto sempre foi adorado pelas mulheres, as que sempre mais sofriam com a dominação.
Enquanto os demais olímpicos prendiam criavam obrigações, Hera as amarrava com os laços do matrimonio, Athena às tarefas domésticas, Ártemis a maternidade que ela própria recusara, Héstia as prendia a família, enquanto todos os deuses só davam trabalho e cadeias, Dionisio era o único que as libertava, que compreendia a necessidade de liberdade que existia na mulher. Por ele elas rasgavam as vestes, lanhavam a carne, deixavam que seu sangue molhasse a terra.
Por ele arrancavam o coração de seus filhos, comiam a carne nascida da própria carne, pois em Dionisio nascia a liberdade e morriam as dores e as humilhações.
No cortejo eram todas rainhas, como cetro o tirso que ostentavam sua devoção, como manto, as sangrentas peles dos animais mortos por suas unhas e dentes que dava a elas a superioridade no mundo selvagem, pois na barbárie as regras sociais e a tolerância eram abandonadas, nos campos incultos se deitavam com o homem que escolhessem, ou com a mulher que lhes agradasse, nenhum sátiro ou sileno, desobedecia ao deus as mulheres eram livres, enlouquecidas, possuídas, representando os verdadeiros poderes e o espirito orgiástico da natureza.
E em sua sagrada loucura montavam feras, que as carregam gentilmente, amamentam animais selvagens em seus seios.
Com este exercito Dionísio conquistou a Índia, e em seu retorno combateu e venceu as Amazonas e mesmo os terríveis gigantes fugiram da aproximação do cortejo, pois este era o caos ctônico contra a ordem celestial dos dominadores e seus deuses organizadores, Dionísio é o deus dos vulcões, não das forjas criativas de Hefesto, mas da erupção, do jorro da lava destruidora que mata o velho, para que o novo nasça. Este é o Zagreus o Grande Caçador, o Deus com Chifres de touro o consorte da Grande Mãe, que renasce entre os Olimpicos para libertar as potências criadoras reprimidas, e justamente por isto tão reprimido e proibido pelas sociedades grega e romana.
Dionísio é o seu insano cortejo, é causa do pânico anunciado por Pã nos gemidos alucinados de Sirinx.
Ele é a desordem temida pelos governantes e pelos poderosos, é o terror para os pequenos dominadores, aqueles que controlam cultos, e tiram proveito em nome dos deuses.
Dionísio é o que renasce dos humores e miasmas da terra, quando a mãe está ferida, e o equilíbrio corre riscos, quando a organização e a sociedade sufoca; ele como um sopro de oxigênio renova e incendeia a mente dos que não mais suportam a opressão.
DEUS GREGO DO VINHO
Quem me conhece, sabe da minha paixão por mitologia grega.... Sou fascinada! Então compartilho com vocês essa linda estória do deus Grego do vinho....
Dionisio e seu Renascimento
Há um mito no qual Dionísio é o filho do deus Zeus e da mortal Semele de Tebas.
Esta pediu a Zeus para vê-lo em sua forma gloriosa (não metamorfoseado), e os raios poderosos que vieram dessa visão atingiram-lhe o ventre onde Dionísio já estava.
Ele então foi resgatado por Zeus, que o colocou em sua coxa para se desenvolver e renascer. Depois disso, Zeus teria dado a criança ao cuidado das ninfas.
Em outra versão do mito, Dionísio (Zagreu) é filho de Zeus e da deusa Perséfone, Rainha do Submundo. Hera pediu aos titãs para atrair a criança com brinquedos e então eles o despedaçaram, colocando-o em um caldeirão e comendo tudo exceto o seu coração, que foi salvo por Atena (ou Deméter, em outras versões).
Zeus refez seu filho através desse coração e o deu a Semele para fazer nascer um novo Dionísio, o mesmo que reaparece em Elêusis como Iaco.
Por isso, ele é chamado “duas vezes nascido” ou “o de duplo nascimento” (dio-nisio).
A versão sobre o corte e cozimento em caldeirão vem do hino órfico, e seu texto antigo constitui parte da religião mitológica dos órficos.
Orfeu escreveu também: “Os Titãs, ciumentos da sua beleza, e as Titânides, tomadas de um amor louco, se lançaram sobre ele e o cortaram em pedaços. Então, dividindo entre eles suas partes, eles o fizeram ferver em água e enterraram seu coração.
Júpiter (Zeus) matou os Titãs e Minerva (Atena) enviou o coração de Dionísio para o Éter e, lá, ele se tornou um sol ardente.
Porém, da exalação do corpo de Dionísio, vêm as almas humanas que sobem aos céus” [Orfeu, ‘Cantos Sagrados de Baco’ ou ‘O Espírito Puro’].Dionísio é filho de um deus do Olimpo com uma deusa do Hades, e nasceu de uma mortal da Terra.
Então ele tem o supraterrestre, o infraterrestre e o terrestre todos juntos.
Além disso, ele é atacado pelos Titãs do Tártaros, uma espécie de inferno. Mas seu coração vai ao Éter e dele vêm as almas que vão para o céu.
Dionísio não é eterno, ele nasceu um dia, mas é imortal, e é isso o que o torna diferente dos humanos.
Porém, qualquer pessoa que se identifique com os deuses ou os desafie, tem suas partes desunidas.
Vide Prometeu, Dionísio e até Jesus. É o que os alquimistas chamam de operação de Solutio, o estágio da água que eles identificam com o útero, e sobre a qual eles afirmam que seria um retorno ao ventre.
A imagem de Dionísio renascido/ressuscitado nos traz a idéia de um salvador.
Em grego, salvador é litrotis, alguém que redime, resgata (litro), desamarra (litos) e resolve (litis) problemas.
Ele é desamarrado e desprendido de seu corpo através de um renascimento sagrado.
No Tulkuísmo, um conceito encontrado em muitas tradições iniciáticas, o mestre é cortado em pedaços para que seus discípulos possam se comunicar com ele; ele se entrega em corpo e sangue – como o faz Dionísio, cortado e servido em um caldeirão. Ele é vinho por si mesmo.
E, quando associado com Deméter, rainha dos trigais, ele é também pão.
Dele, apenas o coração permanece.
No Tulkuísmo haveria um tulku idêntico ao ser original, mas que seria como uma projeção ou uma emanação ou uma sombra transitória, a qual não é um duplo porque não pode substituir o mestre, mas o qual é um iniciado com seu próprio papel a cumprir.
A palavra “tulku” significa “uma forma criada por um processo mágico”.
Bem, não há nada que nos lembre mais um recipiente mágico do que um caldeirão. Em um caldeirão, Dionísio foi preparado antes de ser “clonado” – afinal, Zeus usou uma parte de seu corpo para reconstituir o todo, um tema bastante moderno em um mito tão antigo.
Figuras de um deus-menino, uma eterna criança (puer aeternus), um paidi (criança) – o qual mostra o jovem Dionísio, costuma formar um contraste com as figuras de um Dionísio adulto e barbado, que não é um paidi, mas um cabiros (deidade ctônica da fertilidade).
Dionísio também é um deus capaz de se transformar, metamorfosear, para a perplexidade de seus seguidores e o fascínio de suas mulheres.
Heráclito costumava dizer que nós não nos banhamos na mesma água do mesmo rio.
Isso é o que aqueles que desejam ressurgir ao descartar o velho para a aquisição do novo estão procurando: a imortalidade ao manter o corpo, evitando os sinais da idade avançada.
Quando você está dentro do caldeirão da moda, você pode ser uma nova musa mundial.
Uma hiper-moderna.
Isso é o que torna um Dionísio jovem e maduro um deus tão atraente para a nossa era.
Ele está sempre brotando de novo e de novo.
Sabemos a associação entre Dionísio e o vinho, mas, além de bebê-lo, havia o aspecto de comer a carne do deus.
Eurípides disse que teve “uma vida consagrada desde que se tornou iniciado de Zeus de ida e um pastor de bois do noturno Zagreu, e quando eu comi as refeições de carne crua”.
Então, quando comia a carne crua do sacrifício, o iniciado recebia o próprio deus. Os órficos acreditavam que os homens eram a carne e sangue de Dionísio. Os homens miseráveis seriam seus membros dispersos, contorcendo-se em seus vícios, enquanto os iniciados seriam aqueles que reconstituíam o corpo do deus através de encantamentos, fazendo-o morrer e renascer deles.
O discípulo não era apenas ele mesmo, sua alma seria dividida para viver em mil corpos.
Ele não sabia se era um homem ou uma sombra. Ou mesmo um tulku.
Como dizia Fernando Pessoa, em ‘Lisboa Revisitada’, 1926: “Nada me prende a nada. Quero cinqüenta coisas ao mesmo tempo. Anseio com uma angústia de fome de carne”.
Junto com o tema da morte e ressurreição, temos o tema da perna e do reencontro. Há uma esperança do iniciado pela eternidade.
Para eles, a morte não é uma maldição, mas uma benção, um ato sagrado que muda nosso destino.
Platão considerava o corpo como a sepultura da alma, o que vai de acordo com Orfeu quando este diz que a alma é punida através da união com o corpo. Pitágoras diz que “todas as coisas que vemos quando estamos acordados são morte, e tudo o que vemos no descanso são sono”.
Podemos perceber que a perda leva o relacionamento de um espaço-tempo específico, mas permite uma nova oportunidade de reencontro.
Eis por que é errado ver o contínuo renascimento como algo impessoal e descartável, que jogamos fora sem reciclar.
Há uma transformação iniciada pela descoberta.
Uma superação.
Uma “super ação”, movida pela eterna auto-recriação de Dionísio.
Espero que todos possamos experimentar e experienciar isso.. . .
Dionisio e seu Renascimento
(por Alexandra Ellinopoula Nikasios)
Há um mito no qual Dionísio é o filho do deus Zeus e da mortal Semele de Tebas.
Esta pediu a Zeus para vê-lo em sua forma gloriosa (não metamorfoseado), e os raios poderosos que vieram dessa visão atingiram-lhe o ventre onde Dionísio já estava.
Ele então foi resgatado por Zeus, que o colocou em sua coxa para se desenvolver e renascer. Depois disso, Zeus teria dado a criança ao cuidado das ninfas.
Em outra versão do mito, Dionísio (Zagreu) é filho de Zeus e da deusa Perséfone, Rainha do Submundo. Hera pediu aos titãs para atrair a criança com brinquedos e então eles o despedaçaram, colocando-o em um caldeirão e comendo tudo exceto o seu coração, que foi salvo por Atena (ou Deméter, em outras versões).
Zeus refez seu filho através desse coração e o deu a Semele para fazer nascer um novo Dionísio, o mesmo que reaparece em Elêusis como Iaco.
Por isso, ele é chamado “duas vezes nascido” ou “o de duplo nascimento” (dio-nisio).
A versão sobre o corte e cozimento em caldeirão vem do hino órfico, e seu texto antigo constitui parte da religião mitológica dos órficos.
Orfeu escreveu também: “Os Titãs, ciumentos da sua beleza, e as Titânides, tomadas de um amor louco, se lançaram sobre ele e o cortaram em pedaços. Então, dividindo entre eles suas partes, eles o fizeram ferver em água e enterraram seu coração.
Júpiter (Zeus) matou os Titãs e Minerva (Atena) enviou o coração de Dionísio para o Éter e, lá, ele se tornou um sol ardente.
Porém, da exalação do corpo de Dionísio, vêm as almas humanas que sobem aos céus” [Orfeu, ‘Cantos Sagrados de Baco’ ou ‘O Espírito Puro’].Dionísio é filho de um deus do Olimpo com uma deusa do Hades, e nasceu de uma mortal da Terra.
Então ele tem o supraterrestre, o infraterrestre e o terrestre todos juntos.
Além disso, ele é atacado pelos Titãs do Tártaros, uma espécie de inferno. Mas seu coração vai ao Éter e dele vêm as almas que vão para o céu.
Dionísio não é eterno, ele nasceu um dia, mas é imortal, e é isso o que o torna diferente dos humanos.
Porém, qualquer pessoa que se identifique com os deuses ou os desafie, tem suas partes desunidas.
Vide Prometeu, Dionísio e até Jesus. É o que os alquimistas chamam de operação de Solutio, o estágio da água que eles identificam com o útero, e sobre a qual eles afirmam que seria um retorno ao ventre.
A imagem de Dionísio renascido/ressuscitado nos traz a idéia de um salvador.
Em grego, salvador é litrotis, alguém que redime, resgata (litro), desamarra (litos) e resolve (litis) problemas.
Ele é desamarrado e desprendido de seu corpo através de um renascimento sagrado.
No Tulkuísmo, um conceito encontrado em muitas tradições iniciáticas, o mestre é cortado em pedaços para que seus discípulos possam se comunicar com ele; ele se entrega em corpo e sangue – como o faz Dionísio, cortado e servido em um caldeirão. Ele é vinho por si mesmo.
E, quando associado com Deméter, rainha dos trigais, ele é também pão.
Dele, apenas o coração permanece.
No Tulkuísmo haveria um tulku idêntico ao ser original, mas que seria como uma projeção ou uma emanação ou uma sombra transitória, a qual não é um duplo porque não pode substituir o mestre, mas o qual é um iniciado com seu próprio papel a cumprir.
A palavra “tulku” significa “uma forma criada por um processo mágico”.
Bem, não há nada que nos lembre mais um recipiente mágico do que um caldeirão. Em um caldeirão, Dionísio foi preparado antes de ser “clonado” – afinal, Zeus usou uma parte de seu corpo para reconstituir o todo, um tema bastante moderno em um mito tão antigo.
Figuras de um deus-menino, uma eterna criança (puer aeternus), um paidi (criança) – o qual mostra o jovem Dionísio, costuma formar um contraste com as figuras de um Dionísio adulto e barbado, que não é um paidi, mas um cabiros (deidade ctônica da fertilidade).
Dionísio também é um deus capaz de se transformar, metamorfosear, para a perplexidade de seus seguidores e o fascínio de suas mulheres.
Heráclito costumava dizer que nós não nos banhamos na mesma água do mesmo rio.
Isso é o que aqueles que desejam ressurgir ao descartar o velho para a aquisição do novo estão procurando: a imortalidade ao manter o corpo, evitando os sinais da idade avançada.
Quando você está dentro do caldeirão da moda, você pode ser uma nova musa mundial.
Uma hiper-moderna.
Isso é o que torna um Dionísio jovem e maduro um deus tão atraente para a nossa era.
Ele está sempre brotando de novo e de novo.
Sabemos a associação entre Dionísio e o vinho, mas, além de bebê-lo, havia o aspecto de comer a carne do deus.
Eurípides disse que teve “uma vida consagrada desde que se tornou iniciado de Zeus de ida e um pastor de bois do noturno Zagreu, e quando eu comi as refeições de carne crua”.
Então, quando comia a carne crua do sacrifício, o iniciado recebia o próprio deus. Os órficos acreditavam que os homens eram a carne e sangue de Dionísio. Os homens miseráveis seriam seus membros dispersos, contorcendo-se em seus vícios, enquanto os iniciados seriam aqueles que reconstituíam o corpo do deus através de encantamentos, fazendo-o morrer e renascer deles.
O discípulo não era apenas ele mesmo, sua alma seria dividida para viver em mil corpos.
Ele não sabia se era um homem ou uma sombra. Ou mesmo um tulku.
Como dizia Fernando Pessoa, em ‘Lisboa Revisitada’, 1926: “Nada me prende a nada. Quero cinqüenta coisas ao mesmo tempo. Anseio com uma angústia de fome de carne”.
Junto com o tema da morte e ressurreição, temos o tema da perna e do reencontro. Há uma esperança do iniciado pela eternidade.
Para eles, a morte não é uma maldição, mas uma benção, um ato sagrado que muda nosso destino.
Platão considerava o corpo como a sepultura da alma, o que vai de acordo com Orfeu quando este diz que a alma é punida através da união com o corpo. Pitágoras diz que “todas as coisas que vemos quando estamos acordados são morte, e tudo o que vemos no descanso são sono”.
Podemos perceber que a perda leva o relacionamento de um espaço-tempo específico, mas permite uma nova oportunidade de reencontro.
Eis por que é errado ver o contínuo renascimento como algo impessoal e descartável, que jogamos fora sem reciclar.
Há uma transformação iniciada pela descoberta.
Uma superação.
Uma “super ação”, movida pela eterna auto-recriação de Dionísio.
Espero que todos possamos experimentar e experienciar isso.. . .
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