Esse negócio de memória é uma coisa muito louca.
Anteontem tive insônia e no meio da minha angústia me lembrei de um poema que eu gostava de recitar quando era criança, e ele me veio assim na memória, do nada!
Fantástico!
Não sei qual o motivo, nem como nem onde, mas ele estava guardado em algum lugar da memória... Lá vai:
"Dois e Dois são Quatro"
Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena
Como teus olhos são claros
E a tua pele, morena
como é azul o oceano
E a lagoa, serena
Como um tempo de alegria
Por trás do terror me acena
E a noite carrega o dia
No seu colo de açucena
- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.
Ferreira Gullar
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