sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Memórias





Esse negócio de memória é uma coisa muito louca.
Anteontem tive insônia e no meio da minha angústia me lembrei de um poema que eu gostava de recitar quando era criança, e ele me veio assim na memória, do nada!
Fantástico!
Não sei qual o motivo, nem como nem onde, mas ele estava guardado em algum lugar da memória... Lá vai:









"Dois e Dois são Quatro"







Como dois e dois são quatro


Sei que a vida vale a pena


Embora o pão seja caro


E a liberdade pequena


Como teus olhos são claros


E a tua pele, morena


como é azul o oceano


E a lagoa, serena






Como um tempo de alegria


Por trás do terror me acena


E a noite carrega o dia


No seu colo de açucena






- sei que dois e dois são quatro


sei que a vida vale a pena


mesmo que o pão seja caro


e a liberdade pequena.






Ferreira Gullar

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