quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Danuzaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Certos sonhos






Sonhos eróticos – não há como se defender deles. Ou vai dizer que isso nunca te aconteceu? Negue se for capaz. Muitas vezes eles são simples. Apenas aquele homem por quem daria a vida, a alma e sobretudo o corpo se ele pedisse. Só que, como ele nunca pediu, o remédio é sonhar e pronto. Mas alguns sonhos são verdadeiros enigmas. Por que logo aquele homem, em quem nunca havia pensado – não daquela maneira? (Aproveite e pense agora, acordada, se tiver coragem.) Ele é feio, a cabeça não tem nada a ver com a sua e, a sangue-frio – o que não foi o caso durante o sonho, quando o sangue estava fervendo –, jamais você permitiria que ele encostasse o dedo em você. Pior: que ele ao menos te olhasse com desejo – afinal, isso eles só fazem quando a gente deixa. Ele é o contrário do seu sonho de consumo, mas só de lembrar dá um frio na espinha. Ah, como seria bom sonhar de novo tudo aquilo. Mas só sonhar, porque na vida real mesmo – e a coragem? É claro que ele ia querer. Só que nunca lhe ocorreu que algum dia pudesse haver alguma coisa entre vocês dois. Ah, se ele soubesse...Ah, se você tivesse coragem de contar...



Mas, de certas coisas, não se pode falar, a não ser bem baixinho, debaixo do lençol, com as pernas enroscadas nas dele. É só ter a ousadia de contar, sem omitir nenhum detalhe. E ele vai adorar ouvir; quem não gostaria? Afinal, você é ou não é uma mulher livre, dona do seu nariz? O que é que a impede de passar a mão no telefone e contar o que aconteceu, contar o desejo que teve em sua forma mais pura, sem passar nem pelo consciente nem pelo inconsciente, nem pela censura nem pela moral vigente? Um desejo tão forte que só foi possível acontecer quando você se distraiu, com as defesas desguarnecidas pelo sono, para que ele explodisse de forma tão violenta? Mas mulher não revela essas coisas, e homem também não – que pena, aliás.



Quantas vezes você não encontrou alguém que te disse: “Eu fui completamente apaixonado por você há 20 anos”? E por que não disse na hora? Não que você fosse cair nos braços dele, mas quem sabe? Só que 20 anos depois não resolve. E as ocasiões em que você quis desesperadamente aquele outro homem e ele nunca soube, e você não teve coragem de dizer nem 20 anos depois? Aliás, é melhor

não dizer mesmo. Para quê?



Mas voltando ao sonho: a qualquer hora você vai cruzar com esse homem, conversar ao telefone, encontrar no restaurante. E aí, como é que fica? Como é que se fala com alguém com quem se teve uma intimidade tão perturbadora – até porque tão inesperada? “Oi, tudo bem?” E as sensações que você nunca mais vai esquecer? E aquele desejo violento do qual ninguém no mundo jamais vai desconfiar e que você não vai esquecer? Ele nunca vai imaginar, provavelmente. Mas quem sabe você toma coragem e conta? Não em 20 dias, muito menos em 20 anos. Que tal daqui a 20 minutos? Não, ele não vai saber nunca. Mas deveria ser considerado crime hediondo esse de sonhar e não contar – em nome sabe-se lá de quê.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Memórias





Esse negócio de memória é uma coisa muito louca.
Anteontem tive insônia e no meio da minha angústia me lembrei de um poema que eu gostava de recitar quando era criança, e ele me veio assim na memória, do nada!
Fantástico!
Não sei qual o motivo, nem como nem onde, mas ele estava guardado em algum lugar da memória... Lá vai:









"Dois e Dois são Quatro"







Como dois e dois são quatro


Sei que a vida vale a pena


Embora o pão seja caro


E a liberdade pequena


Como teus olhos são claros


E a tua pele, morena


como é azul o oceano


E a lagoa, serena






Como um tempo de alegria


Por trás do terror me acena


E a noite carrega o dia


No seu colo de açucena






- sei que dois e dois são quatro


sei que a vida vale a pena


mesmo que o pão seja caro


e a liberdade pequena.






Ferreira Gullar

domingo, 8 de novembro de 2009

Os últimos tempos




Se eu disser que a vida tem sido generosa comigo estaria mentindo e o contrário também seria uma falácia. É preciso saber, entender e aceitar os acontecimentos.
É melhor acreditar que tudo tem razão de ser, que nada, absolutamente nada, acontece por acaso e ir levando a vida.
Eu pensava que o ano passado tinha sido o ANO MAIS LOUCO DA MINHA VIDA,mas acho que me enganei.
Agora tô aqui cheia de medos e insegura, com muito medo do futuro.
Muitas coisas me fizeram feliz esse ano, mas na mesma dose muitas me magoaram....


 Não seria esta a medida exata da vida? Tô reclamando de quê mesmo?????

Faz tempo que eu não apareço por aqui!